
O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), realiza o “Dia D de Vacinação contra Influenza (gripe)”, em todo Estado neste sábado (18). O objetivo é ampliar a oferta da vacina da influenza, e melhorar as coberturas nos 223 municípios. A Paraíba está com 36,91% do público vacinado contra a gripe e aparece em 2° lugar no país (Rio Grande do Sul – em primeiro, com 37,33%) e 1° do Nordeste. No entanto, ainda está muito longe de atingir a meta de cobertura que é de 90%. Este será o segundo Dia D da campanha. O primeiro aconteceu no último dia 13 de abril. As ações estão dentro da “26ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza” que vem sendo realizada em todo Estado, no período de 18 de março até o próximo dia 31 de maio.
A chefe do Núcleo de Imunização da SES, Márcia Mayara, lembra que a vacina da Influenza foi ampliada para toda a população não vacinada, a partir dos seis meses, embora haja uma atenção maior para crianças e idosos. “A SES reforça que os municípios devem continuar intensificando e priorizando crianças de seis meses a cinco anos e 11 meses e idosos, pois, quando fazemos uma avaliação epidemiológica, constatamos que o maior número de hospitalização por influenza A acontece nestes dois públicos prioritários”, disse.
O público-alvo da campanha, no total, corresponde a 1.564.374 pessoas. Até agora, foram vacinadas 530.677, sendo idosos – 37,31%; crianças – 35,86%; gestantes – 34,35%; indígenas – 49,17% e puérperas – 26,27%. Os demais grupos são formados por pessoas com deficiência permanente, trabalhadores da saúde, professores do ensino básico e superior; pessoas em situação de rua; profissionais das Forças de Segurança e Salvamento; profissionais das Forças Armadas; pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independentemente da idade; pessoas com deficiência permanente; caminhoneiros; trabalhadores de transporte coletivo rodoviário para passageiros urbanos e de longo curso; trabalhadores portuários; população privada de liberdade e funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e quilombolas.
Incentivo financeiro – O Governo do Estado, por meio da Portaria nº 574, de 7 de maio de 2024, instituiu um incentivo financeiro de R$ 500 (quinhentos reais), por sala de vacina, aos municípios que alcançarem a meta de 90% na Campanha de Vacinação de Influenza 2024, atingindo, obrigatoriamente, os grupos prioritários formados por idosos e crianças, também com 90% da meta alcançada.
O valor total da premiação será limitado a R$ 659,5 mil considerando o total de 1.319 salas ativas que serão transferidas diretamente do Fundo Estadual de Saúde para os Fundos Municipais de Saúde. No dia 1º de junho, será realizada uma avaliação dos municípios com análise dos dados em sistema oficial do Programa Nacional de Imunizações. Preferencialmente, o valor deverá ser repassado na modalidade de premiações aos profissionais de saúde envolvidos diretamente nos resultados alcançados na campanha de influenza 2024.
Assim como está acontecendo este ano, na Campanha de Influenza de 2023, o Governo do Estado também ofereceu o incentivo financeiro de R$ 300,00 por sala de vacina municipal para os municípios que atingissem a meta geral de 90%, e ainda, obrigatoriamente, a meta para o grupo prioritário de crianças de seis meses a menores de seis anos. 152 municípios conseguiram, com 888 salas contempladas, totalizando um investimento de R$ 266.400,00 destinados à premiação. Tal ação contribuiu para que a Paraíba fosse o 2° Estado a atingir meta de Campanha de Vacinação de 90,09 %.
Programa Vacina Mais Paraíba – Todas estas ações e estratégias para atingir a meta de vacinação contra a influenza estão dentro do Programa Vacina Mais Paraíba, uma iniciativa da SES, por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde e Núcleo Estadual de Imunizações, lançada pelo Governo da Paraíba em 2022 para fortalecer as ações de imunização nos 223 municípios paraibanos.
Desde o início do programa, já foram realizados 16 dias D, com administração de 1.198.092 doses de vacinas, dentre elas: vacinas de rotina, Covid-19, dengue e Influenza. Ainda foi possível, por meio do programa, diagnóstico situacional de 1.198 salas de vacina; conquista do 1º Lugar Nacional na Campanha de Vacinação Poliomielite 2022; construção de nove Procedimentos Operacionais Padrão (POPs), para padronização das ações nas salas de vacina; construção de Planilhas de Monitoramento das Coberturas Vacinais, sendo realizadas de forma diária durante as campanhas e mensal para vacinas de rotina; construção e lançamento do Manual Instrutivo para Ações de Vacinação nas Escolas; Construção e lançamento da Caderneta de Vacinação em Braille para crianças, adolescentes e adulto/idoso; Criação do Comitê Estadual de Imunização, com o objetivo principal de promover articulações intersetoriais para o fortalecimento e acompanhamento das ações de imunização;
Em 2024, as ações continuam com a criação dos Grupos de Conexão Fortalecedora (GCF), com o objetivo de promover troca de experiências bem-sucedidas e fortalecimento de laços interinstitucionais. Foram realizadas 18 Oficinas de Qualificação de dados, totalizando 520 profissionais capacitados e 12 Oficinas de Construção dos Planos de Ação Municipais de Imunização com a participação de 358 profissionais.
Premiações – Na 17ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (ExpoEPI), entre os trabalhos apresentados, o Vacina Mais Paraíba ficou em 2° lugar na modalidade oral.
Por sua vez, no prêmio de excelência em competitividade, encabeçado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), o Vacina Mais Paraíba ficou entre os seis finalistas na categoria de boas práticas.
Com informações do MaisPB
- Detalhes

Neste sábado, 18, a Prefeitura de Campina Grande, por meio da Secretaria de Saúde, promove o Dia D de Vacinação contra a influenza. A ação será iniciada na Feira da Prata, a partir das 8h, e contará com 67 pontos de vacinação distribuídos por toda a cidade, funcionando ininterruptamente por 14 horas, com alguns locais abertos até às 22 horas.
A campanha é direcionada a toda a população a partir dos 6 meses de idade que ainda não foi vacinada contra a influenza em 2024. A vacina protege contra três sorotipos do vírus: H1N1, H3N2 e um tipo de influenza B, que são os responsáveis pelos casos mais graves da doença. A Secretaria de Saúde enfatiza que a vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra a influenza.
Além da vacina contra a influenza, alguns pontos de vacinação oferecerão a vacina contra a dengue para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, conforme diretrizes do Ministério da Saúde.
A Secretaria de Saúde reforça a importância da participação da população no Dia D de Vacinação, destacando que as vacinas são essenciais para a proteção e a preservação da saúde pública.
Confira todos os locais e horários e disponíveis
Codecom
- Detalhes

A prefeita Dalva Lucena entregou, nesta quarta-feira (15), o segundo carro à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do município. O carro faz parte do três veículos anunciados anteriormente pela gestora.
Em março, a prefeita já havia entregado um carro e uma moto para a secretaria, durante a abertura do programa municipal “Planta, Lagoa Seca”. A picape Renault Oroch 0Km chega para ajudar na rotina administrativa da pasta, especialmente no deslocamento de servidores a fim de atender demandas na zona rural.
O carro é fruto de emenda parlamentar do ex-deputado federal Frei Anastácio (PT), quando o vereador licenciado Nelson Anacleto, também do mesmo partido, comandava a Agricultura. Uma foto registrou simbolicamente a nova aquisição para cidade, com participação de Dalva, Nelson Ferreira (atual secretário da Agricultura e Abastecimento) e Tiago Basílio (coordenador do Departamento de Transportes).
A chefe do Executivo recordou o número de veículos adquiridos por seu mandato e a relevância de mais um carro para viabilizar necessidades da gestão. “Desde quando assumi, de lá para cá já são 13 veículos, de vários tipos, conquistados pela nossa administração. Isso revela zelo e auxilia o servidor, pois ele vai poder trabalhar melhor em prol do cidadão. Vamos lutar para que outras melhorias cheguem e a rota seja ampliada”, torceu.
DECOM/PMLS
- Detalhes

A intersecção entre violência policial e o racismo contra negros é uma realidade histórica no Brasil, e duas pesquisas distintas evidenciaram esse contexto. O Núcleo de Estudos de Violência (NEV), da Universidade de São Paulo (USP), mostrou que jovens negros têm duas vezes mais chances de serem abordados pela polícia do que os brancos.
A pesquisa ouviu 800 crianças e 120 adolescentes de escolas públicas e privadas de São Paulo, entre 2016 e 2019. O percentual de crianças negras abordadas foi de 21,5%, enquanto brancos foi de 8,33% e pardos 9,74%.
O 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que o país teve 47.508 mortes violentas intencionais no ano passado. Desse total, 76,5% dos mortos eram negros. Ainda segundo o relatório, 83,1% das vítimas de intervenções policiais no país são negros. Segundo o Fórum, esses números escancaram o racismo estrutural da sociedade, ressaltando ainda que a "seletividade penal tem cor”.
O cenário apontado pelos estudos mostra que a situação é complexa. Em resposta, a articulação dos movimentos da sociedade civil tem enfrentado o racismo com a organização de grupos diversos. Neste dia 25 de julho, data que celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a DW Brasil mostra algumas das movimentações de combate ao racismo e à violência policial no país.
Violência policial no foco
A correlação violência racial e as denúncias advindas desse processo nortearam a pesquisa de doutorado do sociólogo Paulo Ramos, pesquisador do Núcleo de Justiça Racial e Direito/FGV Direito-SP e do Núcleo Afro Cebrap. Defendida em 2021 na Universidade de São Paulo, ele estudou a maneira como o movimento negro denunciou a violência policial entre 1978 e 2018. Ao analisar documentos históricos, jornais e panfletos, ele definiu uma periodização dividida em três partes: discriminação racial (1978-1988), a violência racial (1989-2006) e o genocídio negro (2007-2018).
"Cada um desses períodos forma algo que chamo de ‘ponte semântica'. Elas sintetizam e traduzem um conjunto de experiências da vida do povo negro na disputa entre a vida comum e política. Foi em torno dessas palavras que o movimento negro organizou suas pautas”, afirmou Ramos à DW Brasil.
"As mudanças também indicam uma radicalização do protesto negro. Nos anos 1980 interessava dizer que no Brasil existia o racismo e fazer um combate ao mito da democracia racial ou a ideia de que o país na presencia violências e discriminações raciais. Nos anos 1990, já sob a democracia formal, havia uma pauta de mostrar como a violência policial caracteriza todas as outras formas de violência vivenciadas pela população negra, com casos emblemáticos, como a Chacina da Candelária e o Massacre do Carandiru", disse.
O sociólogo mostra que, a partir dos anos 2000, com mais estatísticas, o quadro geral de identificação da violência policial ganhou nova perspectiva. "Nós conseguimos enxergar níveis absurdos de homicídios. Saímos de 20 mil por ano na década de 1980 para 50 mil nos anos 2000. Por isso a palavra ‘genocídio' ganha força dentro do movimento negro em meados de 2007, ao mostrar uma confrontação ao Estado brasileiro e sua forma de atuação.”
Paulo argumenta que a articulação antirracista no Brasil está majoritariamente vinculada a casos de violência policial. Ele não considera a pauta um vetor político para as organizações, por haver outras formas de violência, mas ressalta que a agenda de ataques é prioritária dentro das entidades. Diante desse cenário, o sociólogo pondera que é preciso haver uma mudança perspectiva.
"O movimento negro sabe responder aos casos de violência de policial. O grande problema é que não existe dentro do próprio movimento, assim como não há na esquerda e no progressismo em geral, uma pauta de segurança pública que seja afirmativa e que não se limite a dizer que algo não pode acontecer. Se você perguntar às principais organizações o que é "uso progressivo da força” elas não saberão explicar. É grave.”
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/Q/7/Yl6C9uR9W5CA8fzANeEg/62852985-906.jpg)
Protesto contra a violência policial em 2018 — Foto: MAURO PIMENTEL/AFP
A sociedade civil em disputa
A década de 1970 é tida como emblemática pela luta racial no Brasil por abarcar a criação do Movimento Negro Unificado (MNU), em 1978, como forma de denúncia às violências contra a população em meio à ditadura militar. "Nossa principal pauta é a luta contra a violência policial e o combate à truculência do Estado”, afirmou à DW Brasil Ieda Leal, coordenadora nacional do MNU e Secretaria de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da igualdade Racial no Ministério da Igualdade Racial.
O MNU foi criado após a morte do feirante Robson Silveira da Luz, de 21 anos, nos porões da 44ª Delegacia de Guaianases, em 1978. O surgimento e o fortalecimento da entidade nos anos seguintes serviram de ponte para que outros grupos se mobilizassem em torno do combate ao racismo. Paulo Ramos cita como exemplo grupos importantes na conjuntura atual, como a Convergência Negra, a Coalizão Negra por Direitos e a Frente Nacional Antirracista. "Nem sempre as organizações estão alinhadas em todas as suas pautas e estratégias, mas elas convergem no que diz respeito ao combate às violências.”
Ele diz que, se faltam propostas na área da segurança pública, elas aparecem no campo da educação e saúde, com sucesso legislativo. A tese é corroborada por Ágatha de Miranda, pesquisadora do Núcleo de Justiça Racial e Direito e do Núcleo de Estudos sobre o Crime e a Pena da FGV-SP. "Se hoje nós temos formulações de combate ao racismo é porque há uma prática antirracista da sociedade civil”, ressaltou.
Ela cita o Estatuto da Igualdade Racial, a lei 10.639, do início dos anos 2000, que introduz o ensino de história da África nas escolas para uma "outra leitura de construção da sociedade brasileira”, e a política de cotas, de 2012, que facilita o acesso de jovens negros e pobres às instituições de ensino superior.
Diante disso, entidades do movimento negro querem instituir política semelhante em seus estados, como na Bahia, onde uma pessoa negra é morta a cada 24h, segundo levantamento da Rede de Observatórios da Segurança divulgada em novembro de 2022. "Exigimos a adoção de câmeras nas lapelas, golas, fardamentos, de todas as pessoas responsáveis pela segurança da população baiana”, diz um trecho do manifesto assinado por organizações como MNU e Rede de Mulheres Negras da Bahia lançado em março.
Em entrevista à TV Globo na segunda-feira (24), o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, disse que as câmeras serão instaladas até o fim do ano.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/I/o/NPBIb0QomyZy98yfnEeQ/captura-de-tela-2023-07-25-105721.png)
Protesto contra o racismo em São Paulo em 2020 — Foto: Amanda Perobelli/REUTERS
Mulheres como protagonistas
A mobilização do movimento negro teve e tem participação fundamental das mulheres, que participaram da criação de entidades importantes, como como Geledés – Instituto da Mulher Negra, o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e o Criola. Sueli Carneiro, Lélia González, Lúcia Xavier, Cida Bento, Nilma Bentes, entre outras, são algumas das protagonistas. "Não existe movimento negro no Brasil sem as mulheres organizadas”, analisa Priscilla Rocha, advogada com atuação em Direitos Humanos, integrante da Coalizão Negra por Direitos e da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas.
Essa centralidade feminina se faz cada vez mais necessária, diante da violência que as atinge. Em março, a Anistia Internacional mostrou que Mulheres negras representam 62% das vítimas de feminicídio no país. "É um retrato cruel do racismo, ainda mais se olharmos uma diminuição na violência contra mulheres brancas.”
Ela argumenta que o fortalecimento de articulação das mulheres negras é decisivo para impactar o antirracismo de maneira ampla. "É uma atuação na base, porque elas são responsáveis pelo cuidado da sociedade, que dão suporte para outras mulheres, geralmente brancas, atuarem como vetores da economia e também de militância nos seus espaços. É a interseccionalidade entre raça e gênero que se faz necessária no país em prol das mulheres negras”
Ponto importante na disputa por melhores condições sociais foi a aprovação da PEC das Empregadas Domésticas, em 2012, que dá direitos trabalhistas às trabalhadoras historicamente marginalizadas pelo Estado. A aprovação da medida é resultado de anos de luta do movimento negro. "Ainda que ele seja negligenciado em muitos casos, é fundamental. As empregadas domésticas são parte do movimento negro, porque são uma herança escravagista. Esse direito precisa ser exercido de forma integral.”
Para além dos avanços institucionais, Rocha afirmou que há um empoderamento da mulher negra nos últimos anos, que abarca estética e novas maneiras de viver. "É uma liberdade que resulta dessa luta das mulheres e que reflete nas mais diversas lutas. Mesmo sendo sobre estética, é sobre como essa mulher se vê e estabelece relações familiares, profissionais e sociais. É um fortalecimento do que é ser mulher negra que impacta minha mãe, minha avó e que altera a correlação de forças no país.”
Novas formas de luta
Como destacou Paulo Ramos, os diversos movimentos negros tentam encontrar justiça social com diferentes estratégias. Uma delas é a financeira, como defende Frei David, fundador da Educafro, entidade fundada em meados da década de 1990 com a intenção de promover a entrada de jovens negros e pobres em instituições de públicas e privadas de ensino superior.
Nos últimos anos, a Educafro tem participado, ao lado de outras organizações, de ações civis intituladas Termos de Ajuste de Conduta (TAC). São acordos entre o Ministério Público e empresas que violaram algum direito coletivo. No caso da Educafro, ações contra práticas racistas. "Estamos mudando a forma de lutar contra a violência”, disse Frei David à DW Brasil.
A entidade usou o expediente em diversas oportunidades, como na morte de João Alberto Freitas, em novembro de 2020, asfixiado em uma unidade do Carrefour no Rio Grande do Sul – o acordo foi de que uma indenização de R$ 115 milhões fosse revertida para ações de combate ao racismo.
Outro acordo é referente à morte de Genivaldo de Jesus, homem negro de 38 anos que também morreu asfixiado em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, em maio do ano passado, no sul de Sergipe.
Frei David afirma que os valores da indenização ainda não foram definidos, mas que o governo federal já reconheceu o pedido do TAC. O acordo deve ser assinado pelo ministro da Justiça, Flavio Dino, no início de agosto. Entre as 30 medidas solicitadas no termo de ajuste, a Educafro pede a instalação de câmeras na roupa de todos os policiais rodoviários federais.
Os acordos propostos pela Educafro não são unanimidade dentro do movimento negro. A justificativa é de que isso pode enfraquecer a luta em torno de mais direitos. Frei David discorda. "Vivemos no capitalismo e o movimento social descobriu e decidiu mexer com o sangue do capitalismo, que é o dinheiro. É a única linguagem que eles entendem - perdas e ganhos financeiros. Estamos mexendo com o ganho deles e sinalizando que a repetição do racismo estrutural em suas instituições vai resultar em perda financeira.”
"É a produção do saber científico que pode pautar a definição de políticas públicas para a população negra e que também impacta a própria discussão do racismo na sociedade. Hoje, os espaços públicos, dentro do espaço constitucional, o racismo está sendo debatido e isso é uma conquista do movimento negro. O racismo precisa ser evidenciado como racismo e a maneira como ele se apresenta nas relações sociais”, ponderou Miranda.
Ramos ressaltou ainda uma interlocução importante dentro do movimento negro com grupos de mães que perderam seus filhos como alvo de violência policial. Um exemplo é o Mães de Maio, criado em 2006, como forma de protesto a morte de jovens durante os confrontos entre forças de segurança em São Paulo e a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). "É triste que esse movimento cresça, porque significa mais violência. Mas elas fazem um enfrentamento importante perante o Estado”.
Elas e outras entidades encabeçaram as mobilizações para que a Polícia Militar de São Paulo utilize câmeras corporais durante o serviço, prática instituída em 2020. Em maio deste ano, uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que a letalidade policial em serviço caiu 62,7% desde a instituição da proposta.
Com informações do G!
- Detalhes

Estudo feito por pesquisadores da Fundação do Câncer aponta que o tabagismo responde por 80% das mortes por câncer de pulmão em homens e mulheres no Brasil. O trabalho foi apresentado nesta quinta-feira (16) pela fundação no 48º encontro do Group for Cancer Epidemiology and Registration in Latin Language Countries Annual Meeting (GRELL 2024, na sigla em inglês), na Suíça.
Em entrevista à Agência Brasil, o epidemiologista Alfredo Scaff, consultor médico da Fundação do Câncer, o estudo visa a apresentar para a sociedade dados que possibilitem ações de prevenção da doença. “O câncer de pulmão tem uma relação direta com o hábito do tabagismo. A gente pode dizer que, tecnicamente, é o responsável hoje pela grande maioria dos cânceres que a gente tem no mundo, e no Brasil, em particular.”
Cigarro eletrônico
Alfredo Scaff acredita que o cigarro eletrônico poderá contribuir para aumentar ainda mais o percentual de óbitos do câncer de pulmão provocados pelo tabagismo. “O cigarro eletrônico é uma forma de introduzir a juventude no hábito de fumar.” O epidemiologista lembrou que a nicotina é, dentre as drogas lícitas, a mais viciante. O consultor da Fundação do Câncer destacou que a ideia de usar cigarro eletrônico para parar de fumar é muito controvertida porque, na maioria dos casos, acaba levando ao vício de fumar. “E vai levar, sem dúvida, ao desenvolvimento de cânceres e de outras doenças que a gente nem tinha.”
O cigarro eletrônico causa uma doença pulmonar grave e aguda, denominada Evali, que pode levar a óbito, além de ter outro problema adicional: a bateria desse cigarro explode e tem causado queimaduras graves em muitos fumantes. “Ele é um produto que veio para piorar toda a situação que a gente tem em relação ao tabagismo.”
Gastos
O estudo indica que o câncer de pulmão representa gastos de cerca de R$ 9 bilhões por ano, que envolvem custos diretos com tratamento, perda de produtividade e cuidados com os pacientes. Já a indústria do tabaco cobre apenas 10% dos custos totais com todas as doenças relacionadas ao câncer de pulmão no Brasil, da ordem de R$ 125 bilhões anuais.
“O tabagismo não causa só o câncer de pulmão, mas leva à destruição dos dentes, lesões de orofaringe, enfisema [doença pulmonar obstrutiva crônica], hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral [AVC] ou derrame. Ele causa uma quantidade enorme de outras doenças que elevam esses valores significativos de gastos do setor público diretamente, tratando as pessoas, e indiretos, como perda de produtividade, de previdência, com aposentadorias precoces por conta disso, e assim por diante”, afirmou Alfredo Scaff.
Para este ano, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima o surgimento no Brasil de 14 mil casos em mulheres e 18 mil em homens. Dados mundiais da International Agency for Research on Cancer (IARC), analisados por pesquisadores da Fundação do Câncer, apontam que, se o padrão de comportamento do tabagismo se mantiver, haverá aumento de mais de 65% na incidência da doença e 74% na mortalidade por câncer de pulmão até 2040, em comparação com 2022.
O trabalho revela também que muitos pacientes, quando procuram tratamento, já apresentam estágio avançado da doença. Isso ocorre tanto na população masculina (63,1%), como na feminina (63,9%). Esse padrão se repete em todas as regiões brasileiras.
Sul
O estudo constatou que na Região Sul o hábito de fumar é muito intenso. O Sul brasileiro apresenta maior incidência para o câncer de pulmão, tanto em homens (24,14 casos novos a cada 100 mil) quanto em mulheres (15,54 casos novos a cada 100 mil), superando a média nacional de 12,73 casos entre homens e 9,26 entre mulheres. “Você tem, culturalmente, um relacionamento forte com o tabagismo no Sul do país, o que eleva o consumo do tabaco na região levando aí, consequentemente, a mais doenças causadas pelo tabagismo e mais câncer de pulmão”, observou Scaff.
Apenas as regiões Norte (10,72) e Nordeste (11,26) ficam abaixo da média brasileira no caso dos homens. Já em mulheres, as regiões Norte, Nordeste e Sudeste ficam abaixo da média brasileira com 8,27 casos em cada 100 mil pessoas; 8,46; e 8,92, respectivamente.
O Sul também é a região do país com maior índice de mortalidade entre homens nas três faixas etárias observadas pelo estudo: 0,36 óbito em cada 100 mil habitantes até 39 anos; 16,03, na faixa de 40 a 59 anos; e 132,26, considerando maiores de 60 anos. Entre as mulheres, a Região Sul desponta nas faixas de 40 a 59 anos (13,82 óbitos em cada 100 mil) e acima dos 60 anos (81,98 em cada 100 mil) e fica abaixo da média nacional (0,28) entre mulheres com menos de 39 anos: 0,26 a cada 100 mil, mesmo índice detectado no Centro-Oeste, revela o estudo.
Em ternos de escolaridade, o trabalho revelou que, independentemente da região, a maioria dos pacientes com câncer de pulmão tinha nível fundamental (77% para homens e 74% para mulheres). A faixa etária de 40 a 59 anos de idade concentra o maior percentual de pacientes com câncer de pulmão: 74% no caso dos homens e 65% entre as mulheres.
Embora as mulheres apresentem taxas mais baixas de incidência e de mortalidade do que os homens, a expectativa é que mulheres com 55 anos ou menos experimentem diminuição na mortalidade por câncer de pulmão somente a partir de 2026. Já para aquelas mulheres com idade igual ou superior a 75 anos, a taxa de mortalidade deve continuar aumentando até o período 2036-2040.
Com informações da Agência Brasil
- Detalhes

No próximo domingo, 19 de maio, a Prefeitura Municipal de Lagoa Seca realizará um grande evento em homenagem às mães do município. A celebração, organizada pela Secretaria de Assistência Social, ocorrerá na Praça João Jerônimo da Costa (Praça da Matriz), a partir das 14h30.
A programação inclui o sorteio de presentes e homenagens, criando um ambiente festivo, onde todas as mães poderão se sentir honradas e amadas. Uma grande estrutura será montada na praça especialmente para a ocasião. De acordo com a Semas, também serão distribuídas pulseiras ao público, para garantir a organização e o acesso ao local.
O Departamento de Transportes disponibilizará ônibus para as comunidades e povoados da cidade, permitindo que a população da zona rural também participe da festa. Os horários e as rotas serão anunciados, em breve, nos canais oficiais da prefeitura.
DECOM/PMLS
- Detalhes